
Por Sandro Neiva
E então é natal! A espécie humana corre afoita e desvairada aos açougues, salões e shopping centers. As mesmas malditas filas por todos os lados! E nada muda! São as mesmas bijuterias de mau gosto, os mesmos caixotes envoltos em papel alumínio, os mesmos vinhos e espumantes baratos. Sempre e sempre o mesmo simulacro dos telefonemas melosos, da autocompaixão culposa em forma de generosidade, da mediocridade em forma de amor ao próximo e da esmola travestida de humanismo.
E então é natal! A espécie humana corre afoita e desvairada aos açougues, salões e shopping centers. As mesmas malditas filas por todos os lados! E nada muda! São as mesmas bijuterias de mau gosto, os mesmos caixotes envoltos em papel alumínio, os mesmos vinhos e espumantes baratos. Sempre e sempre o mesmo simulacro dos telefonemas melosos, da autocompaixão culposa em forma de generosidade, da mediocridade em forma de amor ao próximo e da esmola travestida de humanismo.
Chega das terríveis rabanadas e dessa compulsão desenfreada pela gula! Que todos os leitões e perus sacrificados para encher os panelaços e a pança das multidões atormentem a todos nos pesadelos e nas privadas. Não mais à felicidade forjada e à alegria simulada. Chega de odiosas listinhas (in)voluntárias para os porteiros. Chega do famigerado "amigo oculto". Chega de caixinhas de natal. Chega de papai noel que presenteia os ricos e cospe nos pobres. Enfim, chega de tanta hipocrisia, babaquice e nivelamento por baixo.

