Por Sandro Neiva
A roubalheira do mensalão mal acabou de ser sepultada, eis que os gatunos do GDF já tramaram outra, nos mesmos moldes, com o mesmo escárnio e deboche. Enquanto o governador Arruda e sua súcia eram filmados empacotando fardos de dinheiro sujo em tramas mafiosas – o cidadão comum, sem propinas ou salários fabulosos, estava entorpecido pela vitória do Flamengo.
Quem conhece de perto a dialética dos porcos sabe que num amanhã muito próximo, os mesmos gatunos estarão em prantos, pedindo perdão, forjando “mal-entendidos” e jurando por Nosso Senhor Jesus Cristo que irão se regenerar. Mas quem guarda na memória o semblante hipócrita dessas hienas, sabe que a recuperação de criminosos de alta periculosidade é praticamente impossível.
As populações, aos pedaços, não sabem o que fazer para interromper o processo corrosivo de corrupção e canalhice em que estão mergulhadas. A reeleição secular de corruptos, o delírio de imaginar que aquele candidato ou aquele partido podem ser melhores ou diferentes que os atuais, a passividade crônica e o futebol são os instrumentos tradicionais desse autoaniquilamento e dessa Idade Média que insiste em não terminar.
Enquanto isso, onde estariam os nossos filósofos de turno, comprometidos com a verdade? E os acadêmicos de plantão? Para onde foram os tais homens que dedicaram suas vidas para teorizar sobre os pobres e desgraçados do planeta? Onde está a imprensa cortesã? E os anarco-punks incendiários, onde estão? Onde estão os homens que têm bagos nesse país?
Na ausência desses personagens, a classe média segue obesa e triunfante…
Se a falcatrua tivesse acontecido no Japão, ocorreria suicídio em massa da classe política. Se houvesse acontecido na Coréia do Norte, os estudantes e ativistas já teriam incendiado o palácio do governo. Mas aqui por nossas paragens é mais cômodo comemorar a vitória do mengão.
Enquanto os próximos capítulos e episódios dessa minisérie estão sendo montados, recibos, números de contas, escrituras de fazendas, mansões nos Lagos Norte e Sul, prédios no Noroeste, documentos e pistas vão sendo ocultadas e jogadas para debaixo do tapete. A raça dos cães é a mesma, só mudam as coleiras.
Meus caros,
ResponderExcluiré lamentável.Brasileiro também é foda, não faz nada.A sociedade civil precisa reagir, enquanto ficarmos em silêncio elementos como este Arruda continuarão agindo impunimente.
O povo está desarticulado e sem liderança.
Desejo que o povo acorde e reaja.
[]ão.
Não é difícil descobrir o porquê de brasileiro ser tão cuzão nesses momentos. Quem vai se arriscar a tomar borrachada, gás lacrimogênio e jatos de água da polícia, sabendo que a punição para os bandidos de colarinho branco são confortavelmente brandas? Se soubesse que um fdp desses seria condenado e levado imediatamente para a Papuda pagar pelos graves crimes cometidos, confesso que eu seria o primeiro a estar alegrão botando fogo e terror na casa do governador e o caralho A4.
ResponderExcluirEnfatizando:
ResponderExcluir"As populações, aos pedaços, não sabem o que fazer para interromper o processo corrosivo de corrupção e canalhice em que estão mergulhadas".
E parafraseando um amigo escritor:
"O que mais me revolta não são as injustiças, sim a minha teimosia em me permitir omisso". Me pergunto, o quê fazer, por onde começar? Na ausência de uma mobilização coletiva, é preciso utilizar as ferramentas que temos, como este espaço de reflexões e idéias, que podem nos levar às ações!
Nanders,
ResponderExcluirpixar um muro e sair correndo, multiplicar ideias na escola e no ambiente de trabalho, lembrar aos políticos que o povo tem o poder do voto, mandar e-mails aos parlamentares, enviar cartas aos jornais...puts fazer alguma coisa, promover uma passeata pacífica.
Enfim...penso que se firzemos pelo menos uma das ações sugeridas acima demosntraremos nossa insatisfação com os partidos e seus representantes, e fazer isso não vai expô-lo ao aparelho repressivo do Estado.
A população de Brasília deveria dar o exemplo com manifestações de rua.
[]ão.
"OS POLÍTICOS E AS FRALDAS DEVEM SER MUDADOS FREQUENTEMENTE, E PELA MESMA RAZÃO..." Eça de Queiroz
ResponderExcluirInfelizmente enquanto não houver um mínimo de união-organizada e sentimento pelas causas nobres, e que realmente importam para o povo: HONESTIDADE com sigo e com todos, RESPEITO ao próximo e BEM-ESTAR comum. Seremos obrigados a continuar sobrevivendo dentro dessa fossa repleta de nossas merdas. E mais. O sentimento de revolta, impotência, vergonha e tristeza irão continuar a existir em nossas vidas como nossa própria carne. Basta, gente! Será o futuro dos filhos e os nossos, o mesmo presente em que vivemos?