Integrantes do programa Pânico na TV invadem funeral de Amy Winehouse e protagonizam cenas de lamentável mau gosto.
Por Sandro Neiva
No final do ano de 2009 eu assisti perplexo pela TV o senhor jornalista Boris Casoy, num ato de absoluto preconceito de classes e anti-ética explícita, tentar desqualificar a profissão de gari.
http://pervitinfilmes.blogspot.com/2010/01/boris-casoy-o-sem-vergonha_07.html
Pensei que tão cedo não tornaria a assistir uma cena de tão baixo nível por parte de um profissional de comunicação, âncora do telejornalismo brasileiro. Ledo engano.
http://pervitinfilmes.blogspot.com/2010/01/boris-casoy-o-sem-vergonha_07.html
Pensei que tão cedo não tornaria a assistir uma cena de tão baixo nível por parte de um profissional de comunicação, âncora do telejornalismo brasileiro. Ledo engano.
Nesta semana os integrantes do Pânico na TV (programa de humor produzido pela Rede TV) bateram o recorde em termos de cinismo, falta de respeito pelo ser humano, mau gosto e falta de ética profissional.
O cara se chama Daniel Zukerman e interpreta O Impostor, no referido programa humorístico. Ele e um produtor invadiram o funeral da cantora Amy Winehouse em Londres nesta terça-feira. O Impostor deu uma entrevista a um canal de televisão alemão e lamenta a morte da cantora para as câmeras enquanto o produtor se afasta para rir. Assista abaixo:
Ainda ontem escrevi um artigo intitulado "O mórbido reality show com Amy Winehouse” no qual critico exatamente esta macabra e sinistra atitude de certos segmentos da mídia, que na ânsia por uma imagem exclusiva ou uma informação fútil, acabam causando tanto (ou mais) estragos que as tais substâncias ilícitas utilizadas por estrelas pop.
Sinceramente, sinto vergonha por estes caras do Pânico serem brasileiros! Será que acreditam que isto é humor? Péssimo exemplo para os jovens que assistem a um programa que ostenta poderosos índices de audiência.
Há um limite tênue entre o humor e a baixaria, entre a criatividade e a pequenez de espírito. Invadir o funeral de alguém, seja lá quem for, não é algo engraçado. É deboche irresponsável. Representa, no mínimo, uma profunda falta de respeito pelo ser humano.
E pensar que em nome da liberdade de expressão, lixos dessa categoria, que formam opinião e ajudam a moldar a cabeça de nossa juventude, são autorizados a serem veiculados em canal aberto para a turba alienada, delirante com as mulheres seminuas.
É triste para um país, berço de gente do naipe de Renato Aragão e Os Trapalhões. O humor simplório do Didi dura até hoje e é eterno exatamente porque é humor primário, de palhaço que faz rir por impulso, pela inocência, espontaneidade e alegria nata do nordestino e do brasileiro em geral. Pode-se dizer o mesmo de Mazzaropi.
Mas o diretor responsável pelo pretenso humorismo do programa Pânico na TV parece nunca ter frequentado uma aula de ética nos seus dias de universidade.
Torço para que no dia em que perderem suas mamãezinhas o programa concorrente não faça a mesma coisa.
Simplesmente desprezível!