segunda-feira, 19 de outubro de 2009

A paz do inventor da dinamite


Por Sandro Neiva

O Prêmio Nobel da Paz foi conquistado no último dia 9 de outubro pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. O próprio presidente se disse surpreso e admitiu não ter um histórico que prove sua luta pela paz.

Mas deixemos Obama pra depois e vamos fazer algumas considerações acerca do grande protagonista da festa. Poucas pessoas sabem quem realmente foi Nobel. Nascido na Suécia em 1883, Alfred Nobel foi um químico milionário, inventor da dinamite. Durante experimentos com nitroglicerina, houve uma explosão acidental e o corpo de seu irmão Emil se espatifou pelos ares. Todavia, como sabemos, o invento foi um sucesso e disseminou-se rapidamente mundo afora.

Provavelmente por sentimento de culpa ou vaidade exacerbada, Nobel deixou instalada em sua terra natal, uma usina de hipocrisia e presunção: a Fundação que leva seu nome - e que premia anualmente, com seus milhões de libras, euros, dólares e coroas, investidos na Bolsa de Valores de Estocolmo, - os bonachões mundiais da física, química, literatura etc.

Dizem as más línguas que o “Mercador da Morte” – como Nobel era chamado pela imprensa da época - não incluiu o prêmio para as ciências matemáticas porque sua esposa havia lhe colocado um par de chifres com um matemático.

Que o presidente da nação que mais produz guerras na história moderna tenha faturado 1 milhão de euros com o prêmio Nobel da Paz é uma piada mórbida e uma agressão. E daí, que venha a doar o dinheiro a instituições de caridade?

Atitude de verdade quem demonstrou foi o filósofo francês Jean Paul Sartre, que, ao ser agraciado com o prêmio Nobel de Literatura, em 1964, recusou-o prontamente. Segundo Sartre, "nenhum intelectual pode ser transformado em instituição".

Nenhum comentário:

Postar um comentário