quinta-feira, 15 de outubro de 2009

A imunda fraternidade dos crocodilos sorridentes




Por Sandro Neiva

Brasília segue sua trajetória de cidade esquizóide. Um apartamento de merda no Plano Piloto continua custando em torno de trezentos mil euros; os funcionários públicos continuam se digladiando por uma mesa com internet e impressora.



Os jovens da classe média continuam se adestrando para entrar no TCU ou na Procuradoria da República, dando continuidade também às grandes mamatas e aos salários fabulosos de seus familiares e padrinhos.



Os homens públicos - que passam apenas três ou quatro dias da semana na cidade - continuam inflacionando não apenas o mercado da prostituição e dos táxis, mas também o mercado do casamento e do transporte coletivo.



E assim segue a vida no planalto central. Como diz a letra da velha canção punk: “na imunda fraternidade dos crocodilos sorridentes”.


Um comentário:

  1. Descrição, narração ou dissertação?
    Adorei! hahahah
    Marina "Morena"

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