quarta-feira, 30 de junho de 2010

Radical Sem Dó (DF) - Hip-Hop Old School


O Radical Sem Dó é uma banda de rap das antigas, muito… mas muito legal mesmo! Liderada pelo loucão Natinho (Nonato Dente de Ouro), uma das figuras mais emblemáticas da cena underground brasiliense, o Radical foi formado em meados dos anos 1980.


Muita gente já passou pela banda: o Fat-Freak Ginão Perdiz, Grilo (ex-guitarrista do BSB-H), Dino Black, Frango Kaos (Galinha Preta), Fubá, DJ Chocolate e até a Verônica (nome carinhoso dado por Natinho à sua bateria eletrônica).


Natinho, pra quem não sabe, é proprietário da Kingdom Comics, a loja de camisetas alternativas mais bacana do Centro Cultural Underground Conic e uma das melhores do país.


Lembro do Natinho em 1986, vendendo camisetas do Detrito Federal na entrada de um show do Ratos de Porão, cantando as hoje clássicas “Garoto Digoró”, “Elianny” etc, louco e divertido da mesma forma. O cara é um poeta de rima certeira. Confira a pérola:

Eu fico diferente

quando vejo essa menina

A minha cara Cora

A cara dela Coralina

Radical Sem Dó é rap antes do Gangsta Rap, que acabou desgastando um pouco a fórmula do hip hop. Radical Sem Dó é rap na linha Beastie Boys, Public Enemy, Run DMC.

As letras são engraçadas, porém inteligentes e transitam pelo universo estranho do poeta Natinho. O imaginário doentio do Mestre-Ganja circula por Taguatinga e todas as Asas do Distrito Federal, causando estranhez no universo rap de Brasília e uma nuvem de fumaça canábica que sobe pelos ares.

Radical Sem Dó não pertence ao mundo da segregação voluntária, da treta gratuita, do assassinato a tiros, da pedra no cachimbo, da arma e sangue na favela.

Radical Sem Dó é pura atitude rock, cara! Natinho lembra um Perry Farrel (Jane’s Addiction) mais emaconhado.

O vídeo acima foi gravado em 2003, na cidade de Paracatu (MG).

Não sei o nome da música aqui interpretada somente por Natinho, Fubá e uma bateria eletrônica, mas sei um pedaço da letra:

Eu sou o Natinho

Que pinta camiseta

Que tem na cara

Um monte de careta

Que só não gosta

De nego que é otário.

Até que eu sou

Meio feliz

Porque eu sempre fiz

O que eu sempre quis

As pessoas tem os olhos muito grandes

Mas não conseguem enxergar direito

Assistem novelinhas

e morrem de preconceito

Eu sou o vocalista do Radical Sem Dó

E olho para todos que estiverem ao meu redor

Falo mal de quem quero bem

Falo bem de quem quero mal…



sexta-feira, 25 de junho de 2010

Suicidal Tendencies - "I Saw Your Mommy" (Live in Brasília/2008)


Por Sandro Neiva

Sempre fui um Suicidal Maniac. Escuto o som do SUICIDAL TENDENCIES desde a década de 1980. Fui ao primeiro show deles em Brasília, realizado no saudoso Gran CircoLar, ao lado da rodoviária do Plano Piloto, em 1997. Guardo com carinho a bandana oficial azul e tenho o nome da banda tatuado nas costas.

Assista aqui "I Saw Your Mommy", gravada no Porão do Rock de 2008. Suicyco!!

sábado, 19 de junho de 2010

Candidata do Partido Verde (PV) à Presidência fala sobre a mineração em Minas Gerais

Por Sandro Neiva

Numa coletiva de imprensa realizada na Universidade de Brasília (UnB) na última quinta-feira (17/06), perguntei à senadora e candidata à presidencia da República, Marina Silva, a respeito da mineração de ouro a céu aberto realizada em Minas Gerais e operada por empresas transnacionais, que deixam um rastro de poluição nas águas, no ar, nos solos e causam a desintegração de populações tradicionais.

Ela havia acabado de responder sobre a seleção brasilieira na Copa do Mundo e foi pega de surpresa com a pergunta difícil. Sua resposta, como eu já imaginava, foi vaga, superficial e pueril, apesar de politicamente correta. Nada que o Serra ou a Dilma não defenderiam. Falou em royalties mais elevados e fim de isenções tributárias para as mineradoras transnacionais. Parecia preocupada apenas com a questão financeira. Falou também que num encontro em Minas Gerais, havia defendido que seja repensado um novo modelo para a mineração, só não especificou que modelo seria esse e em que moldes. Também ficou muito presa ao que diz a legislação ambiental, como única forma de proteger as comunidades que sofrem os impactos socioambientais.

Enfim, às vésperas de uma eleição, a candidata do Partido Verde pareceu desconhecer os reais efeitos de uma exploração transnacional a céu aberto, que utiliza venenos químicos como o cianeto, fabrica barragens de rejeitos e latrinas tóxicas que se tornam passivos ambientais, empobrece e adoece povos que vivem próximos às lavras, especula suas terras e destrói sua cultura ― tudo em nome do “progresso” e
da geração de
emprego e renda. Triste Brasil!

segunda-feira, 14 de junho de 2010

"Sex and Violence" - The Exploited em Brasília (2009)

Fãs do The Exploited sobem ao palco, em Brasília, para cantar "Sex and Violence" com a banda, em 2009.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Crucificados Pelo Sistema/Pobreza – RDP em Goiânia/2003

Por Sandro Neiva


Confira aqui mais dois sons do Ratos de Porão tocando em Goiânia no ano de 2003. As imagens beiram a psicodelia. As faixas são “Crucificados pelo Sistema” e “Pobreza”, clássicos do álbum Crucificados pelo Sistema, primeiro do RDP, primeiro disco individual de uma banda hardcore/punk da América Latina, lançado originalmente em 1984. Esse disco é tão fundamental que em 2009 saiu a edição comemorativa de 25 anos de seu lançamento, chamada de “Sistemados Pelo Crucifa”. Olhe a pobreza/olhe a fraqueza/olhe a pobreza/ desse mundo desumano.


terça-feira, 1 de junho de 2010

"Aos Fuzilados da CSN" - Garotos Podres em Brasília/2007

Por Sandro Neiva

Mais um som dos Garotos Podres no Festival Porão do Rock, em Brasília/DF (2007). A música é um ska-punk-oi e faz parte do álbum "Canções Para Ninar", lançado originalmente em 1993.

"Aos Fuzilados da CSN"

Aos que habitam
cortiços e favelas/e mesmo que acordados/pelas sirenes das fábricas/não deixam de sonhar/de ter esperanças.

Pois o futuro vos pertence!

Aos que carregam rosas/sem temer machucar as mãos/pois seu sangue não é azul/nem o verde do Dólar/mas vermelho/da fúria amordaçada/de um grito de liberdade/preso na garganta.

Pois o futuro vos pertence!

Fuzilados da CSN/assassinados no campo/torturados no DOPS/espancados na greve/
A cada passo/desta marcha/camponeses e operários/tombam homens fuzilados/
Mas por mais rosas que os poderosos matem/nunca conseguirão deter
a Primavera!


Pois o futuro vos pertence!